DOM AGNELO CARDEAL ROSSI
por mercê de Deus e da Sé Apostólica
CARDEAL-PRESBÍTERO DE GRANDE MÃE DE DEUS
VICE-CAMERLENGO DA SANTA IGREJA ROMANA
Beatíssimo Pai, Papa Gregório,
suplico sua apostólica bênção em Cristo Nosso Senhor!
Com a devida reverência, dirijo-me a Vossa Santidade para manifestar a minha profunda preocupação e solicitar a intervenção do augusto Tribunal da Assinatura Apostólica em relação a graves questões que envolvem a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e seus representantes.
Em correspondência datada de 08 de agosto de 2024, endereçada ao Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, assim como à Fraternidade Sacerdotal São Pio X, manifestei, com base em provas substanciais, o comportamento infamante e desrespeitoso reiterado pelo Reverendo Molski, membro desta Fraternidade. Questionando a deficiência das faculdades mentais do sacerdote, utilizei-me dos cânones do Código do Direito Canônico para exigir uma retratação e as devidas apurações.
Surpreendentemente, na madrugada, momento em que a influência do maligno parece predominar, recebi a resposta da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, onde se afirmou: "devo ressaltar que ele [O padre Molski] não estava errado no centro do que disse". Tal declaração confirma que a Fraternidade endossa o erro do sacerdote em apostasia e heresia. A carta redigida pelo Monsenhor Bruno Maria Sartori contém afirmações inaceitáveis e distorcidas.
Ao dizer: "Não posso deixar de notar como Sua Eminência [ref. Cardeal Agnelo Rossi] disse que a diferença entre nós e o restante do clero é uma 'divergência reside na visão pastoral'", é evidente que há uma clara mal interpretação. Refiro-me, como já exposto, ao arcaísmo do Padre Molski e ao desvio de uma visão pastoral que reconheça a evolução da Igreja, não a uma mera discordância. A afirmação de um "abismo doutrinário" entre o clero e a FSSPX é uma afronta direta à Santa Igreja e um desrespeito à comunhão universal.
Além disso, a Fraternidade fez declarações absurdas e caluniosas, alegando: "talvez para alguns, e deixo claro que isso não é uma acusação a S. E. R. Dom Agnelo, seja difícil entender isso, pois nosso clero está cheio de ateus, membros de seitas e viciados em alguns pecados que não citarei por pudor." Esta é uma insinuação grave e infundada contra o clero e uma demonstração flagrante de desprezo e divisão. A Fraternidade também publicou um responsum ao Dicastério do Culto Divino, qualificando o Concílio Vaticano II como um "Rito cismático" e o missal romano promulgado por São Paulo VI como uma "fabricação totalmente artificial". A rejeição do Concílio Vaticano II, seus sacramentos e doutrinas, constitui uma ruptura e uma afronta direta à autoridade da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Diante dos fatos expostos, revelamos uma rejeição completa e manifesta da doutrina católica e uma tentativa de promover uma seita cismática e com base nos seguintes cânones do Código do Direito Canônico, cânon 1371 sobre a desobediência a superiores e excomunhão, cânon 1364, sobre a apostasia, heresia e cisma, cânon 1369, sobre a difamação e ataque ao magistério e doutrinas da Igreja e o cânon 1311 sobre a manutenção da disciplina eclesiástica. Além de considerar o histórico de cismas e heresias, como os de Joseph Ratzinger, Joseph Ghriselli, Giuseppe Orsini e outros, solicito a imediata DECLARAÇÃO DE ANÁTEMA do Monsenhor Bruno Maria Sartori e do Padre Molski, bem como uma INTERVENÇÃO decisiva na Fraternidade Sacerdotal São Pio X para SUPRIMIR esta corrente de má-fé e preservar a integridade da Santa Igreja.
Que a justiça divina ilumine este Tribunal e conduza suas decisões, restaurando a pureza da fé e a disciplina eclesiástica, em defesa da verdade e da sagrada tradição da Igreja.
Com a mais alta consideração e determinação,
Cidade do Vaticano, 09 de agosto de 2024.
Sua Eminênicia Reverendíssima,
+ Agnelo Card. Rossi