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Bula de Nomeação Episcopal | Monsenhor Louis Valois



Fotografia do documento original, assinado pelo Papa Pio III
e enviado ao Monsenhor Louis Valois
 


 PIUS, EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI

AD PERPETUAM REI MEMORIAM

Ao dileto filho, Monsenhor Louis Valois, até o momento incardinado na Arquidiocese de Viena, Áustria, nomeado Bispo Auxiliar de Roma
saudação e bênção apostólica. 

  A Urbe, cidade consagrada pelo sangue dos Apóstolos e ornada com a coroa do martírio, continua a ser, na sucessão dos séculos, não apenas o trono visível da unidade católica, mas também o coração palpitante da Igreja universal, de onde brota, como fonte inexaurível, a luz da verdade, a força da caridade e a disciplina da fé. Nesta Sé Romana, sobre a qual Nosso Senhor quis firmar o edifício da salvação, pesa sobre o Romano Pontífice a carga dulcíssima de pastorear, com justiça e misericórdia, o Povo de Deus que caminha entre as colinas sagradas do Lácio. E se esta responsabilidade singular, por sua natureza, não admite solidão, é justo que aqueles que conosco participam do cuidado desta amada Diocese sejam escolhidos entre os que refletem a glória do Senhor com o rosto descoberto e trazem em si a imagem do Pastor Eterno.

  É, pois, em espírito de contemplação e serviço, que voltamo-nos a ti, diletíssimo filho, Monsenhor Louis Valois, cuja vida sacerdotal tem sido, aos olhos desta Sé Apostólica, ornada de excelsas virtudes, de zelo cultual raro, de ciência eclesiástica elevada, e de piedade silenciosa, semelhante àquela lâmpada escondida no templo, cuja chama nunca se extingue diante do altar. Tua presença junto à Cátedra de Pedro, continuará sendo exercida com rigorosa fidelidade aos ritos da Igreja, e com amor profundo ao seu Mistério, tem manifestado não apenas obediência exterior, mas adesão interior àquilo que é eterno, sagrado e verdadeiro. Como prata refinada sete vezes no crisol, assim a tua alma se mostrou firme nos dias serenos e nos dias da prova, moldada por aquela beleza que brota do temor do Senhor.

  Tendo ouvido com atenção o parecer da Congregação para os Bispos, e discernindo com espírito orante os sinais do Alto, NOMEAMOS-TE Bispo Auxiliar de Roma, concedendo-te o título da Sé de Tigillava. Nesta nomeação se encerra não apenas um ato de confiança, mas um testemunho eclesial da tua conformidade interior ao sacerdócio de Cristo, em sua dimensão oblativa, silenciosa e fecunda. A parcela do Nosso ministério que ora te confiamos nesta Urbe não é leve, nem honraria exterior, mas verdadeiro exercício de sacrifício, que deverá, dia após dia, ser elevado com mãos puras e espírito reto diante do Senhor dos Exércitos.

  Receberás, em tempo oportuno e conforme os sagrados cânones, a ordenação episcopal no seio da Igreja, e prestarás, com coração indiviso, a profissão de fé e o juramento de fidelidade a Nós e aos Nossos Sucessores, sinal visível e irrevogável da tua adesão à Sé de Pedro. Com a plenitude do sacerdócio, serás chamado a santificar os fiéis pelos sacramentos, a ensinar com autoridade divina e a reger com a mansidão de Cristo Rei. Sede de Roma, que viu as lágrimas de Pedro, a espada de Paulo e a sabedoria de Leão, acolhe agora teu serviço como eco de sua grandeza.

  Invocamos sobre ti a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, dos Príncipes dos Apóstolos, Pedro e Paulo, e de todos os mártires e confessores que dormem sob o céu desta cidade, para que teu ministério seja como o incenso que sobe, como o vinho que alegra o coração do homem, como o pão que alimenta em meio à noite. Concedemos-te, pois, com mão benigna e coração paterno, a nossa Bênção Apostólica, sinal de comunhão indissolúvel, de autoridade recebida do Senhor e de graça abundante para o novo caminho que o Espírito te aponta.


Dado em Roma, junto de São pedro, sob o Nosso Anél do Pescador, no vigésimo primeiro dia do mês de julho, do Ano Santo da Esperança de dois mil e vinte e cinco, no primeiro de Nosso Pontificado.