GIORNALE QUOTIDIANO • POLITICO RELIGIOSO
Città del Vaticano | Edizione del 02 marzo 2025
SOBRE OS QUE, SOB O MANTO DA HUMILDADE APARENTE, BUSCAM REDUZIR A IGREJA A MERO INSTRUMENTO DAS ILUSÕES DO SÉCULO
DO ARDIL DOS QUE INTENTAM SUJEITAR A IGREJA À CADUCIDADE DA MUNDANIDADE E DA PERFIDIOSA ASTÚCIA DOS QUE ANSEIAM EM SUBVERTER SUA GLÓRIA CELESTE.
CIDADE DO VATICANO - Em tempos pacíficos e de estabilidade, erguem-se vozes temerárias que, sem respeito pela sacralidade do que transcende o efêmero, lançam dúvidas sobre a solidez e a missão Santa da Igreja, afim de causar dissidências e oferecer confusões aos fiéis. Censuras dirigidas ressoam não como clamores por santidade, mas como ecos de rebeldia: acusações de rígido, apegos às formas e aos títulos que outorgados por sucessivas gerações de santos e doutores, como se estas honradas instituições constituíssem obstáculo ao Evangelho. Pergunta-se, pois: pode a Esposa de Cristo abdicar de sua essência para se amoldar aos preceitos de uma ordem meramente terrena?
A Tradição sacrossanta ensina que a Igreja, em sua hierarquia e ordenação, manifesta a glória mesma do Senhor: "E vi a cidade santa, a nova Jerusalém, descer do céu, da parte de Deus, ataviada como esposa ornada para o seu esposo" (Ap 21,2). O esplendor que reveste a Igreja, longe de ser um embaraço à sua missão, é a expressão visível de sua santidade, reflexo da glória imortal de Cristo. Disse Santo Tomás de Aquino que "a beleza exterior da Igreja concorre para a edificação espiritual dos fiéis, pois eleva a mente dos homens à contemplação das realidades celestes" (Summa Theologiae, II-II, q. 169, a. 1).
Os que ora se insurgem contra a ordem instituída, longe de desejar a renovação da Igreja, pretendem moldá-la segundo os padrões fugazes dos impérios humanos, subvertendo sua essência e dissipando sua majestade. Ocultos sob o véu da falsa humildade, fazem da aparência franciscana um artifício para melhor encobrir sua desmedida ânsia de poder. Alega-se querer uma Igreja de portas abertas, quando, na realidade, intentam suprimi-la como realidade sobrenatural, reduzindo-a a uma administração mundana, governada pelas veleidades de facções passageiras. Sob o estandarte enganoso da "inclusão", intentam nivelar por baixo aquilo que Deus elevou às alturas da sacralidade, obliterando a diferença intransponível entre o humano e o divino, entre o temporal e o eterno.
Tremendo é o artifício dos que, enquanto simulam mansidão e despojamento, revelam-se hábeis manipuladores da verdade, torcendo os fatos para que sirvam à sua insaciável sede de domínio. Em lugar da unidade que professam buscar, promovem a dissolução; em vez da edificação, instigam a derrocada dos pilares que sustentam a Cidade Santa. É imperioso, pois, desmascarar tais intenções e repelir a perfídia daqueles que, sob pretexto de reforma, intentam apenas desfigurar a Face de Cristo na Sua Igreja.
Não deixa de ser irônico que esses mesmos detratores, vejam-se desmentidos pelos fatos: nunca antes tantos fiéis acorreram ao Sucessor de Pedro, nunca antes a Igreja esteve tão viva e palpitante na história. O que chamam de "engessamento" é, na verdade, fidelidade inquebrantável ao mandato divino conferido ao Príncipe dos Apóstolos: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
Quão distinto foi aquele outro período em que, sob a vã promessa de um "papado inclusivo", apenas se conseguiu despojar a Igreja de sua dignidade! Quando alguns ousaram transmutá-la em uma repartição pública, assistiu-se ao enfraquecimento de sua autoridade, ao desprezo da Sé Apostólica e à vulgarização da Cátedra de Pedro, reduzida a mero gabinete burocrático - isto quando ele foi, e se o foi, funcional! - dentro de um sistema regido pelas mesmas regras dos governos seculares. A tentativa de moldar a Igreja aos cânones de uma democracia mundana não trouxe senão divisão e decadência, lançando a Esposa de Cristo à mercê dos caprichos e das mutações efêmeras do século.
Mas o tempo, esse juiz inexorável, demonstrará que o verdadeiro serviço à Igreja não consiste em demolir seus alicerces, mas em reforçá-los. A solidez de suas colunas não constitui um peso, mas um penhor de sua perenidade; sua hierarquia não é um entrave, mas a imagem mesma da ordem estabelecida pelo Altíssimo.