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Admoestação Apostólica "De Unitate et Auctoritate Ecclesiae" — Sobre a integridade da unidade e da autoridade suprema

 

AUGUSTUS, EPISCOPVS
SERVUM SERVORVM DEI

ADMOESTAÇÃO APOSTÓLICA
"DE UNITATE ET AUCTORITATE ECCLESIAE"

A todos os que esta Admoestação lerem, 
sobre tudo ao reverendíssimo padre Lourenzo Cajetan, FSSPX
concedo a pia bênção apostólica.

Como Sumo Pontífice e Vigário de Cristo na Terra, dirijo-me a vós com o coração ardente em zelo pastoral e com a gravidade que esta ocasião requer.

Tendo tomado conhecimento da "Exortação Tradicionalista sobre o Perigo das 'Panelinhas do Poder' na Igreja do Habblet" promulgada por Vossa Reverência, devo expressar profunda preocupação pelo conteúdo disseminado, o qual tem potencial de provocar divisão e semear desconfiança injustificada no seio do Corpo Místico de Cristo. Não podemos deixar sem resposta estas alegações que, além de infundadas, ameaçam a ordem sagrada que nos foi confiada pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.

CAPÍTULO I
A UNIDADE DA SANTA IGREJA

Desde sua fundação, a Igreja Católica no Habblet sempre se manteve inabalável em sua unidade e fidelidade à verdade revelada. Ela é e sempre será Una, Santa, Católica e Apostólica, guiada pelo Espírito Santo e protegida pela promessa de Cristo de que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela"(Mt 16, 18). Portanto, falar de "panelinhas do poder" dentro da Igreja é um erro grave e um atentado contra a sacralidade da comunhão eclesial.

São Cipriano de Cartago nos adverte: "Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe." A Tradição, pela qual somos herdeiros da fé apostólica, é salvaguardada por aqueles que, como sucessores dos Apóstolos, permanecem firmes no magistério perene da Igreja. Não há facções dentro do sagrado Colégio Apostólico, nem disputas entre "ultratradicionalistas" e "ultraprogressistas" que possam ameaçar a unidade do Corpo de Cristo.

Esses termos são artificiais e alheios à verdadeira natureza da Igreja. A comunhão em torno do Pontífice Romano, sucessor de São Pedro, é sinal visível de nossa unidade indissolúvel, e qualquer tentativa de miná-la é um insulto ao próprio Fundador da Igreja.

CAPÍTULO II
CONTRA A CORRUPÇÃO

Deveis saber, amado filho, que manipulações nos processos sagrados, tais como os conclaves, jamais serão toleradas na Igreja de Cristo. A eleição do Sumo Pontífice é obra do Espírito Santo, e toda tentativa de corromper essa divina escolha é um sacrilégio de extrema gravidade. Aqueles que ousam sugerir a existência de tais práticas, insinuando compra de votos ou manipulações indevidas, levantam-se contra a santidade da Cátedra de Pedro e, portanto, contra o próprio Cristo que confiou a Pedro e a seus sucessores a guarda das chaves do Reino dos Céus.

São Pio X, grande defensor da Tradição, declarou com autoridade: "O principal dever de todos os que estão à frente do povo cristão é manter inviolada a doutrina da fé." Assim, não há concessão para intrigas ou conspirações, pois o poder na Igreja não é uma questão de ambição humana, mas sim um serviço abnegado à glória de Deus.

CAPÍTULO III
A FIDELIDADE E HUMILDADE

Os eminentíssimos cardeais são chamados a servir, não a buscar poder por interesses próprios. A Igreja não é um mero corpo administrativo, mas o Corpo Místico de Cristo, composto por membros que se dedicam à edificação espiritual dos fiéis. Como ensina São Gregório Magno: "Quanto mais elevado é o cargo, mais humilde deve ser a conduta." A verdadeira grandeza está em servir ao povo de Deus com humildade, evitando toda forma de orgulho e vaidade que afastam o clero da santidade de sua vocação.

Dom Doménico Sforza, decano do Sacro Colégio de Cardeais, exemplifica essa virtude de humildade e serviço desinteressado, demonstrando que a verdadeira liderança na Igreja se exerce em conformidade com os ensinamentos perenes do Evangelho e na total submissão ao Magistério. A fidelidade ao Papa é um sinal de verdadeira obediência a Cristo, que confiou ao sucessor de Pedro o pastoreio de suas ovelhas.

CAPÍTULO IV
O PERIGO DA APOSTASIA

Faz-se necessário, neste momento, trazer à luz o perigo das falsas autoridades que se erguem à margem da legítima sucessão apostólica. Lamento profundamente a associação de Vossa Reverência com o autointitulado "Romano II", um personagem que, ao usurpar o nome de Pedro, atraiu para si um séquito enganoso, conduzido não pelo Espírito Santo, mas por falsidades e escândalos. Este homem e sua seita são uma ameaça à fé verdadeira e um exemplo claro de como a fumaça de Satanás pode tentar adentrar no Templo de Deus.

A Santa Igreja Católica Apostólica Romana do Habblet permanece vigilante, protegida pelo Sacro Colégio e sob a intercessão de São Pedro, nosso patrono celestial. Recordemos as palavras de Santo Atanásio, que em tempos de crise afirmou: "Eles podem ocupar os edifícios, mas nós temos a fé apostólica." A nossa fé não está à mercê dos ventos das modas doutrinais ou dos falsos profetas. Ela é sustentada pela Tradição, pela Palavra de Deus e pela autoridade inquebrantável do Magistério.

CONCLUSÃO

Reverendo Lourenzo, não poderia deixar de expressar preocupação pelas vossas palavras e associações, que se afastam do verdadeiro espírito da obediência eclesial. Esta admoestação visa corrigir vosso comportamento, para que possais retornar à plena comunhão e à humildade que se espera de um verdadeiro servo de Deus.

Informo que o Bispo diocesano de Versalhes, o excelentíssimo Dom Joseph Eugênio, será notificado sobre o teor desta exortação e das acusações infundadas por vós levantadas. Que esta admoestação sirva de exemplo para todos aqueles que, porventura, partilhem de semelhantes sentimentos.

Invoco a Pia Bênção Apostólica sobre vós e sobre todos os fiéis, para que possam perseverar na fé e na unidade da Igreja Habbletiana, sempre firmes na Verdade de Cristo e no caminho da santidade. Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja, vos ampare e conduza ao verdadeiro arrependimento e à paz interior.

Dado em Roma, no Gabinete Pontifício, no vigésimo quarto dia de outubro, no Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e vinte e quatro, primeiro do nosso Pontificado.

+ AUGUSTUS

Ego subscripta,
Dom Fernando Cardeal Bórgia
Prefeito da Doutrina da Fé