Desde os primeiros dias da comunidade cristã, o povo de Deus tem enfrentado o desafio contínuo de aprofundar sua compreensão e prática da evangelização, em conformidade com o mandato que Jesus Cristo confiou aos Seus apóstolos. Este mandato, dado diretamente pelo Senhor, é um chamado para que os cristãos busquem a conversão dos povos e a expansão do Reino de Deus na Terra. A Igreja, ao longo dos séculos, tem se empenhado em encontrar as maneiras mais eficazes para celebrar os mistérios divinos, adaptando suas práticas litúrgicas e sua missão às necessidades específicas das comunidades locais. No entanto, esta adaptação nunca deve comprometer o objetivo fundamental da Igreja, que é a salvação das almas.
A Santa Igreja, ao longo de sua história, tem buscado constantemente as formas mais adequadas para celebrar os sacramentos e os rituais de acordo com as necessidades da comunidade particular. Este processo de adaptação é essencial para que a mensagem cristã seja compreendida e vivida de maneira relevante e eficaz por cada geração. No entanto, esta busca por eficácia e relevância não pode desviar-se do propósito essencial da Igreja, que é a salvação das almas. Conforme os concílios e os santos doutores da Igreja afirmam, essa salvação é inextricavelmente ligada à figura de Jesus Cristo, a Fonte da Vida Verdadeira. É somente por meio d'Ele que a redenção é alcançada e a vida eterna é prometida.
A Fé, que é a confiança e a crença profundas no Senhor, está intimamente entrelaçada com a maneira pela qual a Igreja presta seu culto e manifesta publicamente sua ação de graças. A lex credendi (a lei da crença) e a lex orandi (a lei da oração) são, portanto, indissociáveis. Alterar a forma como a Igreja ora, sem manter a congruência com o que a Igreja acredita, resulta em uma dissonância que compromete a integridade da Fé. A introdução de elementos sincréticos ou práticas que não estão alinhadas com a doutrina católica na vida da Igreja pode resultar em uma erosão gradual da verdadeira Fé cristã, desviando a comunidade da mensagem original e da missão estabelecida por Cristo.
II. Dos perigos do falso culto
A advertência encontrada na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios oferece um alerta perene sobre os perigos associados ao culto falso e às práticas sincréticas. São Paulo nos adverte: "Que quero afirmar com isso? Que a carne sacrificada aos ídolos ou o próprio ídolo são alguma coisa? Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios." (I Coríntios 10).
Essas palavras refletem uma preocupação primordial: a pureza da adoração e a integridade da Fé cristã. A Igreja, como o Corpo de Cristo na Terra, deve ser um sinal visível de Cristo e de Sua Verdade. Associar-se a qualquer culto ou divindade que não seja o Deus Verdadeiro compromete esta identidade e a missão da Igreja. A inclusão de práticas culturais e religiosas que não são compatíveis com a doutrina católica na lex orandi pode, em última análise, afetar a lex credendi, desestabilizando a Fé cristã.
O sincretismo, que é a mistura de crenças e práticas de diferentes tradições religiosas, pode levar a um enfraquecimento da pureza da Fé e à diluição da verdadeira doutrina. Ao permitir a integração de elementos sincréticos, a Igreja pode, inadvertidamente, estar permitindo que a Fé seja contaminada e desviada do ensinamento original dos apóstolos. Este desvio é um perigo real para a integridade da Fé e para a vida espiritual do povo de Deus. Portanto, a vigilância dos bispos é de extrema importância para garantir que as almas confiadas ao seu pastoreio permaneçam firmes na Verdade. É essencial que os bispos, em seu papel de pastores e guias espirituais, assegurem que a vida da Igreja e a prática dos sacramentos estejam em conformidade com a Verdade revelada por Cristo. Sustentados pelo magistério da Igreja e alimentados pela Eucaristia, os fiéis devem ser instruídos e capacitados para discernir a verdadeira Fé dos elementos que ameaçam sua integridade.
III. Da unidade e do testemunho
A unidade da Igreja é fundamental para a sua missão de testemunhar Cristo ao mundo. Esta unidade não se refere apenas à coesão interna entre os membros da Igreja, mas também à fidelidade à doutrina autêntica e à prática do culto que é plenamente conforme a Tradição e o Magistério. A divisão ou confusão na prática do culto pode minar a credibilidade da Igreja como testemunha de Cristo. A Igreja é chamada a ser um farol de Verdade e unidade em um mundo fragmentado e confuso.
A importância do testemunho cristão, que é a capacidade da Igreja de refletir e transmitir a Verdade de Cristo em todas as suas ações e práticas, não pode ser subestimada. Quando a Igreja se desvia de sua missão de testemunhar fielmente a Verdade, ou quando seus membros e líderes não vivem de acordo com os princípios e práticas da Fé, o impacto sobre o mundo é profundo e negativo. A fidelidade à doutrina e à prática correta do culto é essencial para manter a credibilidade da Igreja e sua eficácia na missão de evangelizar. Para manter essa unidade e testemunho, é imperativo que a Igreja continue a instruir e guiar seus membros na Verdade revelada, resistindo a qualquer tendência de sincretismo que possa enfraquecer sua posição. A prática do culto e a vida comunitária devem sempre refletir o ensino e o exemplo de Cristo, garantindo que a mensagem da Igreja seja clara, consistente e fiel ao depósito da Fé.
IV. Conclusão
Através deste documento, reafirmamos nosso compromisso em preservar a integridade da Fé da Igreja e assegurar que a vivência dessa Fé dentro da comunidade cristã permaneça fiel aos ensinamentos apostólicos. Declaramos, em plena consonância com o magistério da Igreja, que qualquer tentativa de igualar os cultos diversos ou de integrá-los à Doutrina Católica, seja através de ritos, práticas ou pela vida pública da Igreja, representa uma contradição fundamental à Fé que professamos. A manutenção da Verdade e a fidelidade aos ensinamentos de Cristo são essenciais para garantir que a integridade da Fé seja preservada e transmitida de geração em geração. A Igreja deve permanecer firme na sua missão de proclamar a Verdade e manter-se como um farol de pureza e autenticidade em um mundo que muitas vezes busca a diluição da Fé verdadeira.