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Imagem de Joseph Ghislieri, em Versalhes. |
Roma, 24 de novembro de 2024 – Meus caros leitores, peço licença para lhes trazer um escândalo digno das mais sórdidas páginas da história, um episódio que, se não fosse tão patético, poderia até se tornar uma comédia.
Sim, caros amigos, falo de um espetáculo teatral que se desenrola nas frias terras da Alemanha, onde o bispo-emérito Ghislieri, com um fervor cego e uma ousadia digna de um autor da tragédia, decidiu que o Papa e sua autoridade não eram mais necessários. E o mais curioso, o mais hilário – se não fosse tão trágico – é que ele se apresentou como o novo "primaz da Teutônia", invocando com um tom que poderia fazer qualquer catedrático de Teologia revirar os olhos. Ora, me pergunto: será que estamos diante de um novo Lutero? Ou talvez, em sua mente, ele se veja mais como um "conservador", com sua tradição oem uma mão e a arrogância na outra?
De fato, é um espetáculo, meus caros, digno das mais extravagantes comédias de costumes da alta nobreza. Imaginem só, este nobre bispo-emérito, que outrora esteve à frente de uma diocese, agora tentando, com toda sua pompa e circunstância, se proclamar o administrador da Igreja de São Bartolomeu na Alemanha, como se tivesse um direito divino, um tal poder que fosse acima até mesmo da autoridade papal! E tudo isso, como se o Papa, em sua sabedoria infinita, fosse apenas um espectador passivo, observando de longe enquanto esse senhor se entronizava no trono de uma igreja alheia.
Mas, como não poderia deixar de ser, esta não é a única peça do drama. Não, meus caros, Ghislieri – em sua busca desesperada por relevância – se vê acompanhado por uma série de figuras igualmente desavisadas, como se a Igreja fosse uma cena de palco onde qualquer um pode se apossar de papéis sem merecimento. Mas como ele ousa! O uso do nome de Lefbrev, como se fosse algum mártir da verdade, é apenas o prelúdio do que viria a seguir: a nomeação de um bispo sem qualquer autoridade apostólica, algo que faria até mesmo um frade humilde se engasgar de incredulidade. E por que, perguntam vocês? Porque é isso que a desobediência traz – um caos que é enfeitado com a ilusão de autoridade onde não existe.
Ah, mas não se enganem, meus caros. O que parece ser uma simples falha de caráter, um pequeno desvio de comportamento, tem repercussões mais profundas. O espetáculo de arrogância e desdém pela hierarquia eclesiástica não para por aí. Não contente com o fiasco de sua autoproclamação, Ghislieri agora se vê cercado por um bando de seus cúmplices, que, como bem sabemos, pertencem à Fraternidade Sacerdotal São Pio X – ah, sim, os mesmos que pretendem “defender a tradição” mas que, na verdade, são apenas um grupo de desordeiros, com suas ideias enferrujadas e sua visão de mundo limitada. Eles se lançam em ataques furiosos contra a autoridade papal, como se fossem heróis de alguma causa perdida, quando na realidade, são nada mais do que fantasmas que se agarram à sombra da história.
E, claro, como não poderia faltar em uma trama de tal envergadura, Ghislieri se vê envolvido em algo muito mais sinistro do que sua vaidade poderia imaginar. Há rumores – e não poucos – que indicam uma estranha associação com círculos iluministas e até mesmo com a maçonaria. O que, naturalmente, coloca a pergunta no ar: será que estamos diante de uma nova revolução dentro da Igreja, liderada por aqueles que sempre desejaram derrubar as fundações da verdade católica? Será que Ghislieri e seus seguidores acreditam que podem reinventar a Igreja à sua imagem, distorcendo a doutrina em nome de uma “reforma” que nunca foi realmente necessária?
E aqui, meus caros, entra a pergunta que todos devemos nos fazer: será que estamos diante de um novo Lutero? Será que, assim como ele, Ghislieri acredita que pode rasgar o tecido da Igreja, dividi-la em fragmentos e criar sua própria versão de cristandade? Será que, de fato, o senhor Ghislieri está ciente de que seus desejos e pretensões não são nada mais do que uma sombra passageira, uma tentativa vã de imitar a grandeza daqueles que vieram antes dele? Pois, como Lutero, ele encontrará a resistência da verdadeira Igreja, que jamais será subjugada pelos caprichos de um homem que se crê superior.
Ah, mas não sejamos ingênuos. A Igreja não será usada como um brinquedo nas mãos de quem não compreende sua missão. E o Papa, com sua autoridade incontestável, agiu de forma decisiva, não apenas para corrigir o erro de Ghislieri e seus cúmplices, mas também para proteger a integridade da Igreja contra as ameaças de cismas e heresias. Pois, como o Papa sabiamente declarou, a excomunhão de Ghislieri e seus seguidores é uma resposta necessária, uma correção em nome de Cristo e da verdade.
Por fim, meus caros leitores, convido-os a refletir: em um momento tão crucial, quando a Igreja se vê diante de desafios internos e externos, o que é realmente importante? A unidade, a humildade e a fidelidade à verdade apostólica. E enquanto Ghislieri e seus seguidores tentam, em vão, dividir o Corpo de Cristo, a verdadeira Igreja, sob a guia do Papa, permanecerá firme e unida, como sempre foi, como sempre será. Pois, no fim das contas, as sombras que tentam obscurecer a luz da verdade apenas acabam por desvanecer-se, enquanto a Igreja de Cristo, indestrutível, permanece.
Lady Whistledown, mais uma vez, observando com um sorriso, enquanto os que tentam romper a unidade da Igreja são engolidos pela história.