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HOMILIA DE SUA SANTIDADE JOÃO
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Amados irmãos e irmãs!
Neste dia santo, reunidos na fé, recordamos um momento particular na vida da Sagrada Família: Maria e José, obedecendo à Lei Mosaica, levam o Menino Jesus ao Templo para ser oferecido ao Senhor (cf. Lc 2, 22).
A Igreja celebra, em sua liturgia, não um mero cumprimento legalista, mas um acontecimento extraordinário que revela a profunda realidade do plano salvífico de Deus e sua realização em Cristo. Ele, que é a verdadeira luz, entra no Templo para iluminar todos os povos (cf. Lc 2, 31). Cada um de nós, apresentados ao Senhor mediante o batismo, somos chamados a irradiar essa luz, que é o próprio Cristo, no mundo.
O evangelho segundo São Lucas, há pouco proclamado, apresenta personagens e tradições que transmitem grades significados. Primeiro, para além da fidelidade à Lei de Deus, vemos a humildade da Sagrada Família. Maria e José, seguindo a tradição, oferecem o que é prescrito – um par de rolas ou dois pombinhos. Esta oferta, reservada aos mais pobres, recorda-nos que, no coração da nossa fé, está um Deus que se fez pequeno e escolheu a simplicidade e a pobreza para se revelar a nós.
A figura de Simeão é também de grande importância.
Homem justo e temente a Deus, Simeão, que esperava com paciência a consolação
de Israel, guiado pelo Espírito Santo, reconhece em Jesus o Messias prometido,
a “luz para iluminar as nações” e a glória do povo de Israel (cf. Lc 2,
31). Aqui, vemos a união da promessa do Antigo Testamento e seu cumprimento no
Novo. É a manifestação da misericórdia de Deus que se estende a todos os povos.
Outra personagem central é a profetisa Ana. Mulher de fé e devoção, também estava presente no Templo durante a Apresentação de Jesus. Assim como Simeão, a profetisa Ana imediatamente reconheceu a importância divina do Menino Jesus. Além de louvar a Deus pelo que testemunhara, coloca-se como mensageira, falando sobre o menino a todos que esperavam a redenção de Jerusalém.
Ao celebrarmos a Apresentação do Senhor, somos chamados a meditar sobre nosso próprio caminho de fé. Como Maria e José, apresentemos Cristo ao mundo, através de um testemunho de humildade e de obediência a Deus. Como Simeão e Ana, estejamos abertos ao Espírito Santo, reconhecendo Jesus como aquele ilumina as trevas e testemunhando a sua presença salvífica em nossa história.
Por fim, caríssimos irmãos e irmãs, na véspera do Dia da Vida Consagrada, dirijo-me a todos vós que abraçastes a vocação de especial consagração, saudando-vos com particular afeto. Que o Senhor renove cotidianamente, em todos os consagrados e consagradas, o compromisso alegre com o Seu amor gracioso e fiel. Como círios acesos, irradiai sempre e em toda parte a Luz de Cristo. Assim seja!
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