Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,
Hoje, aqui nos reunimos diante do Altar Eucarístico, onde
escutamos a palavra proclamada no Evangelho e na qual refletimos sobre o
Magnificat de Maria, a sublime expressão de sua alma em resposta à Anunciação
do anjo Gabriel. Ao mesmo tempo, celebramos com grande alegria a elevação desta
amada Igreja ao Título de Basílica, um momento de graça e bênção para toda essa
comunidade católica.
Maria, ao visitar sua prima Isabel, exalta o Senhor com as
palavras que ressoam ao longo dos séculos como um hino de louvor e gratidão. No
Magnificat, a Virgem Maria revela a profundidade de sua fé e a humildade de seu
coração diante do plano divino. Ela reconhece a grandeza de Deus, que olhou
para a sua humilde serva e a escolheu para ser a Mãe do Salvador. Neste
contexto, esta celebração nos convida a contemplar a magnanimidade da
providência divina. Assim como Maria acolheu em seu seio o Verbo de Deus, a
comunidade que se reúne nesta Basílica é chamada a acolher a Palavra de Deus em
seu coração, a fim de testemunhar a presença viva de Cristo no meio de nós. A
Basílica, enquanto espaço sagrado, torna-se um lugar privilegiado para a
oração, a adoração e a celebração dos mistérios da fé. Assim como Maria foi a
morada viva de Deus, esta Basílica é consagrada para ser um espaço onde a
presença divina se manifesta de maneira especial. Ela se torna um ponto de
encontro entre o céu e a terra, um local onde os fiéis podem experimentar a
proximidade de Deus de forma tangível.
Cabe também, reconhecer dois símbolos significativos nas
basílicas: que são o umbráculo e o tintinábulo. O umbráculo, também conhecido
como pálio, é um guarda-sol cerimonial utilizado para honrar a Eucaristia. Ele
simboliza a proteção e a glória que envolvem o Santíssimo Sacramento,
recordando-nos da presença real de Cristo no altar. Assim como Maria acolheu
Jesus em seu seio, o umbráculo nos lembra da necessidade de acolhermos o Senhor
em nossas vidas com a mesma reverência e devoção.
Já o tintinábulo é um pequeno sino que é carregado
solenemente durante as procissões e liturgias. Ele anuncia a chegada de algo
sagrado, chamando a atenção dos fiéis para os momentos mais solenes da
celebração. O tintinábulo representa a alegria do anúncio do Evangelho e a
importância de dar destaque aos momentos litúrgicos mais significativos. Assim
como Maria proclamou a grandeza do Senhor em seu Magnificat, o tintinábulo nos
convida a proclamar a grandeza de Deus em nossas vidas e em nossa comunidade.
Ao incorporar esses símbolos, a Basílica se torna um lugar
onde a liturgia se entrelaça com a simbologia, proporcionando uma experiência
mais profunda da presença de Deus. O umbráculo nos recorda da centralidade da
Eucaristia em nossa fé, enquanto o tintinábulo nos convida a estar atentos aos
momentos de graça e solenidade que permeiam nossa jornada espiritual.
Por isso, caríssimos irmãos, que a Virgem Maria, Auxiliadora
dos Cristãos, seja o modelo e a guia desta comunidade. Assim como ela
pronunciou o Magnificat com humildade e confiança, que cada um de nós, ao
entrar nesta Basílica, possa elevar o seu coração em louvor a Deus e comprometer-se
a viver uma fé autêntica, dando testemunho do amor e da misericórdia que
recebemos do Senhor.
Louvado Seja, Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Gabriel Pedro de Alcântara Card. Orleans e Bragança