Deus Salvum Faciat Papam Romanum, Sanctitatem Suam Leo!

Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos | Homilia na ocasião da Elevação da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora

 

 

DOM GABRIEL PEDRO DE ALCÂNTARA CARDEAL ORLEANS E BRAGANÇA
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
PREFEITO DO DICASTÉRIO PARA O CULTO DIVINO 
E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

Basílica Menor de Nossa Senhora Auxiliadora, São Paulo. Brasil

Caríssimos irmãos e irmãs em Cristo,

Hoje, aqui nos reunimos diante do Altar Eucarístico, onde escutamos a palavra proclamada no Evangelho e na qual refletimos sobre o Magnificat de Maria, a sublime expressão de sua alma em resposta à Anunciação do anjo Gabriel. Ao mesmo tempo, celebramos com grande alegria a elevação desta amada Igreja ao Título de Basílica, um momento de graça e bênção para toda essa comunidade católica.

Maria, ao visitar sua prima Isabel, exalta o Senhor com as palavras que ressoam ao longo dos séculos como um hino de louvor e gratidão. No Magnificat, a Virgem Maria revela a profundidade de sua fé e a humildade de seu coração diante do plano divino. Ela reconhece a grandeza de Deus, que olhou para a sua humilde serva e a escolheu para ser a Mãe do Salvador. Neste contexto, esta celebração nos convida a contemplar a magnanimidade da providência divina. Assim como Maria acolheu em seu seio o Verbo de Deus, a comunidade que se reúne nesta Basílica é chamada a acolher a Palavra de Deus em seu coração, a fim de testemunhar a presença viva de Cristo no meio de nós. A Basílica, enquanto espaço sagrado, torna-se um lugar privilegiado para a oração, a adoração e a celebração dos mistérios da fé. Assim como Maria foi a morada viva de Deus, esta Basílica é consagrada para ser um espaço onde a presença divina se manifesta de maneira especial. Ela se torna um ponto de encontro entre o céu e a terra, um local onde os fiéis podem experimentar a proximidade de Deus de forma tangível.

Cabe também, reconhecer dois símbolos significativos nas basílicas: que são o umbráculo e o tintinábulo. O umbráculo, também conhecido como pálio, é um guarda-sol cerimonial utilizado para honrar a Eucaristia. Ele simboliza a proteção e a glória que envolvem o Santíssimo Sacramento, recordando-nos da presença real de Cristo no altar. Assim como Maria acolheu Jesus em seu seio, o umbráculo nos lembra da necessidade de acolhermos o Senhor em nossas vidas com a mesma reverência e devoção.

Já o tintinábulo é um pequeno sino que é carregado solenemente durante as procissões e liturgias. Ele anuncia a chegada de algo sagrado, chamando a atenção dos fiéis para os momentos mais solenes da celebração. O tintinábulo representa a alegria do anúncio do Evangelho e a importância de dar destaque aos momentos litúrgicos mais significativos. Assim como Maria proclamou a grandeza do Senhor em seu Magnificat, o tintinábulo nos convida a proclamar a grandeza de Deus em nossas vidas e em nossa comunidade.

Ao incorporar esses símbolos, a Basílica se torna um lugar onde a liturgia se entrelaça com a simbologia, proporcionando uma experiência mais profunda da presença de Deus. O umbráculo nos recorda da centralidade da Eucaristia em nossa fé, enquanto o tintinábulo nos convida a estar atentos aos momentos de graça e solenidade que permeiam nossa jornada espiritual.

Por isso, caríssimos irmãos, que a Virgem Maria, Auxiliadora dos Cristãos, seja o modelo e a guia desta comunidade. Assim como ela pronunciou o Magnificat com humildade e confiança, que cada um de nós, ao entrar nesta Basílica, possa elevar o seu coração em louvor a Deus e comprometer-se a viver uma fé autêntica, dando testemunho do amor e da misericórdia que recebemos do Senhor.

Louvado Seja, Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dom Gabriel Pedro de Alcântara Card. Orleans e Bragança